O educador Paulo Freire, nascido em Recife em 1922, e falecido em São Paulo no dia 2 de maio de 1997, era um desses gigantes intelectuais e morais do Brasil, muito mais prestigiado internacionalmente do que em seu próprio país. Freire tem uma estátua numa praça de Estocolmo, Suécia, doutor honoris causa de 28 universidades brasileiras e estrangeiras, e seus livros são publicados em 35 línguas, inclusive em chinês e grego.
Paulo Freire era dotado de uma simplicidade cativante autêntica e de uma honestidade intelectual à toda prova. Referência mundial em matéria de "pedagogia participativa", expressão que gostava de empregar ao se referir à consciência crítica entre aluno e professor e professor e aluno no processo de aprendizagem mútua.
Por exemplo, nos programas populares de educação dos analfabetos de que participou, Freire ensinava que, em lugar da expressão "vovô viu a uva", o aluno deveria ler "vovô viu o tijolo", fazendo uso do instrumento de trabalho familiar ao aluno. Suas aulas, que eram mais conversas ou teatros simulando situações cotidianas, estimulavam o raciocínio, e o homem simples do campo ou da cidade misturava as letras, trocava as vogais e 4 conjugava "tu já lê". Para Freire, a conjugação arrevesada não chegava a ser punida: era mais um recurso para tentar fazer o analfabeto comunicar‑se no seu e em outros meios.
Um dos períodos mais fecundos da vida de Paulo Freire, contudo, não tem recebido o destaque que merece: "Os anos de trabalho no Conselho Mundial de Igrejas (CMI). Em 1968, um programa apoiado pelo movimento ecumênico foi iniciado na América Latina sob o título Educação para a Justiça Social (EPJS). Equipes ecumênicas formadas em diversos países divulgaram e praticaram o método dialógico e conscientizador inspirado em Paulo Freire. Foram anos de grande produção pedagógica, de formação de agentes populares, de pesquisas sociais e de elaboração de textos de reflexão para trabalhos comunitários".
Resumindo, uma frase do atual ministro da Educação, Paulo Renato de Souza: "Paulo Freire era o brasileiro mais conhecido e reconhecido internacionalmente no campo da educação, e aquele que melhor conseguiu aplicar na prática as suas teorias educacionais, proporcionando os melhores resultados" (declaração a Jornal do Brasil, edição de 3/5/1997, p. 19).
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
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